domingo, 23 de março de 2014

"Falling" - Cap. 38




Justin estava dentro da sala com o professor de história e eu estava o olhando enquanto ele respondia a prova, suas mãos tremiam e ele estava roendo quase todas as unhas. Estava me segurando para não entrar ali e tentar acalmá-lo. Olhei para dentro da sala e o professor arregalou os olhos, ele levantou e caminhou em minha direção, pensei em sair correndo, mas continuei ali.
- O que está fazendo aqui Bradshaw?
- Nada, só estava passando. – Menti.
- Ele não está indo muito bem. – O professor olhou para Justin, preocupado. – Quer conversar com ele?
- Sim! – Disse rapidamente. – Sério?
- Um minuto! – O professor abriu a porta e sorriu para mim.
- Muito obrigada. – Entrei e Justin me olhou confuso.
- Não diz nada, só ouça. – Sentei de frente para ele. – Meu amor, você não é um monstro, você é o homem mais sensível, amável e bondoso que eu já conheci em toda a minha vida. Justin, eu sei que por trás desse capitão fortão do time da escola, tem um homem preocupado, carinhoso. Você sabe disso!
- Eu enterrei um homem e a família dele está o procurando. – Ele começou a chorar. – Eu vi a irmã dele chorando no corredor hoje cedo. – As lágrimas dele molhavam a prova.
- Isso não é sua culpa, você está sendo ameaçado! – Segurei seu rosto. – Por favor, seja forte, você precisa ir bem nessa prova, você sabe responder isso. – Eu sei que é fácil eu dizer “pare de chorar” sendo que é muito difícil para ele conviver com isso. Justin encarou a folha em sua frente e começou a escrever. Olhei para a porta e o professor me olhava. – Eu preciso ir, mas estarei aqui fora te esperando, tudo bem? – Levantei e Justin segurou meu braço, ele levantou e me abraçou forte, acariciei suas costas e soltei um longo suspiro. – Eu te amo.
- Obrigado. – Justin olhou em meus olhos e beijou minha testa.
- Estou aqui. – Apontei para fora e Justin sorriu, caminhei até o professor. – Ele ficará bem.
- Vocês tem uma conexão incrível, fico chocado com isso. - O professor parecia emocionado. - Incrível – Ele repetiu.
- Acabei. – Justin nos olhou.
- Já? – Perguntei confusa.
- Espero que sim. – Justin sorriu e me abraçou. – Estou liberado Professor?
- Claro, podem ir. – O professor sorriu e Justin saiu andando.
- Obrigada professor. – Abracei-o rapidamente. – Alcancei Justin e segurei sua mão, ele abriu um sorriso maravilhoso e beijou o topo da minha testa.
- Você tem treino hoje? – Perguntei e Justin assentiu.
- Uma hora. Fica comigo e depois a gente vai para a sorveteria e eu te ajudo lá.
- Ótima ideia. – Disse animada, Justin riu, puxou minha cintura e me beijou.

Ele estava correndo na quadra e ficava irritando os outros jogadores, derrubava alguns deles e eles morriam de rir, juntos. Olhei para o canto da quadra e Bill encarava o Justin com muita raiva nos olhos. Caminhei até ele, sem que me visse e parei atrás dele.
- Você pode abalar o emocional dele... – Bill pulou assustado e me encarou. – Mas ele tem amigos e isso você não vai tirar dele.
- Eu já matei um deles, faria isso com qualquer um se fosse preciso. – Bill se aproximou. – Com qualquer um, Elizabeth.
- Você é um monstro, sem coração... Você não tem nada Bill, você nunca terá alguém que se importe com você... Mas você sabe que isso é sua culpa, você afastou as pessoas de você. – Bill desviou o corpo e saiu batendo a porta. Todo mundo me olhou, Justin veio em minha direção.
- O que... Está tudo bem?
- Sim, volte para o jogo. – Tentei disfarçar, Justin sorriu e voltou correndo. Eu odeio sentir pena do Bill, eu deveria ter medo.
[...]
- Vamos fazer sorvete. – Justin disse animado, fazia tempo que eu não o via sorrindo tanto.
- O sorvete está pronto Justin, nós só servimos. – Disse rindo.
- VAOS SERVIR SORVETES – Justin pulou e me olhou, ele parou de frente para mim. – Suba nas minhas costas, amor. – Ele virou e eu pulei em suas costas sem dizer nada, eu só ria. Justin segurou minhas pernas e saiu correndo.
- AI MEU DEUS, VAI DEVAGAR JUSTIN. – Eu não conseguia parar de rir. Justin parou e me colocou no chão, eu estava tentando me recuperar e ele me beijou.
- Chegamos. – Ele disse depois de me beijar, eu nem havia percebido que já estávamos ali.
- Você fez mágica, não é possível. – Puxei-o para dentro da sorveteria. Nós ficamos lá o dia inteiro, claro que o Justin mais atrapalhou do que ajudou, mas eu estava muito feliz de vê-lo animado.
- Agora eu posso? – Justin apontou a máquina de sorvete e eu assenti. Ele correu até a máquina e abriu a boca tomando o sorvete direto dali. – ISSO É MUITO BOM. – Justin disse com a boca cheia de sorvete. – Vem aqui Liz.
- Não. – Disse arrumando o balcão.
- POR FAVOR. – Justin gritou e eu o olhei rindo.
- Não, Justin, vai logo com isso. – Fechei o caixa e olhei se estava tudo organizado. –Vamos. – Quando virei, Justin passou a mão lambuzada de sorvete no meu rosto e me beijou.
- ARGH JUSTIN. – Empurrei-o e ele gargalhava.
- Eu amo sorvete, mas ficou maravilhosa essa mistura de Elizabeth e sorvete. – Ele lambia os dedos.
- Bobo. – Empurrei e fui até o banheiro lavar meu rosto, Justin encostou-se à porta e me fitou. – O que foi? – Estava secando meu rosto, Justin sorriu e balançou a cabeça, ele me roubou um selinho e lavou as mãos.
- Agora eu posso te beijar? – Ele mostrou as mãos limpas.
- Você pode me beijar quando quiser. – Disse e Justin me olhou com um sorriso malicioso, ele mordeu os lábios e segurou minha cintura, nós fomos alguns passos para trás e minhas costas se chocaram com a parede. Justin beijou meu pescoço e apertou minha cintura. – Temos que ir embora. – Disse e Justin continuou me beijando.
- Não agora. – Justin me olhou e beijou meus lábios, senti uma corrente elétrica percorrer minha espinha e o beijei como se não me importasse com mais nada. Estava ficando muito calor, Justin se afastou sem fôlego e sorriu. – É melhor irmos embora.
- Concordo. – Arrumei minha roupa e sai dali. Nós fechamos a sorveteria e fomos embora caminhando. O celular do Justin tocou e ele ficou encarando a tela, sem atender. – Quem é?

- Bill. – Justin atendeu e colocou o celular perto do ouvido. Ele ficou tenso e sua expressão mudou rapidamente.
- Desliga isso. – Olhei em seus olhos. – VAI SE FERRAR BILL. – Peguei o celular da mão do Justin e disse com muita raiva e ele desligou.
- Amanhã. – Justin disse paralisado.
- O que tem amanhã? O que ele disse?
- Eu preciso encontrar com ele. – Justin cobriu o rosto com as mãos. – Vou te levar para casa.
- JUSTIN ME DIZ! – Gritei assustada.
- Ele disse que muitas pessoas irão morrer amanhã... Eu não duvido que ele faça isso, Liz.
- Eu vou com você. – Segurei seu braço. – Se não me deixar, eu irei te seguir.
- Sairei às Onze, quando minha mãe estiver dormindo.
- Te encontro aqui. – Disse e encostei sua testa na minha. – Vai ficar tudo bem.
- Você não podia...
- Eu vou. – O deixei terminar, juntei nossos lábios por um longo tempo, fechei os olhos e me afastei, fomos para nossas casas.


Continua...

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terça-feira, 11 de março de 2014

"Falling" - Cap. 37




Os dias foram passavam e cada vez mais o Justin ficava mais pálido e aparentemente cansado. Eu estava indo todos os dias na casa dele para estudarmos juntos, mas ele não aguentava nem manter os olhos abertos. O pior é não poder ajudá-lo.
Fechei o livro com força e Justin abriu os olhos assustado, ele esfregou os dedos nos olhos e tentou continuar com eles abertos.
- Me desculpe, vamos continuar. – Ele arrumou a coluna e me olhou esperando algo.
- Chega Justin. – Levantei e guardei aquela pilha de livros. – Não vai adiantar estudar assim.
- Me desculpe, eu não tenho dormido muito bem.
- Me conte. – Aproximei-me e sentei de frente para ele. – Você está se acabando com esse segredo.
- Você nunca me perdoaria Elizabeth. – Justin abaixou a cabeça e começou a chorar.
- Justin, eu preciso saber. – Levantei seu rosto e ele me olhou com medo. Justin ficou chorando por alguns minutos, eu segurava suas mãos e o olhava, meu coração se partia um pouco a casa lágrima que caía de seus olhos.
- Eu fiz isso por medo. Eu não sou ruim. – Justin engoliu o choro e olhou em meus olhos. – Bill se aproximou de mim outro dia na escola e começou a falar o quão linda você é, falou que minha irmã é tão nova para morrer e isso me assustou muito, eu sei o quão perigoso ele é.
- Eu odeio dizer isso, mas eu tenho vontade de matar esse babaca. – Disse com raiva.
- Não diga matar. – Justin abaixou a cabeça e soltou um suspiro. – Ele disse que vocês duas estariam salvas de qualquer perigo, se eu o ajudasse em algo, eu aceitei sem nem perguntar o que era.
- Eu sabia que era ele que estava fazendo isso com você.
- Bill me levou até um sitio na estrada para a capital... Ele estava tranquilo e até ria. Quando chegamos em um tipo de cabana no meio da mata, Bill apontou uma sacola preta no chão e me mandou abrir. – Estava sendo duro para o Justin dizer isso, tinha muita dor e medo em seus olhos, segurei sua mão mais firme. – Era um corpo. Um corpo de um cara.
- O que? – Perguntei assustada, eu não esperava isso, não de novo.
- Ele matou um cara que estava cobrando dinheiro dele. – Justin respirava ofegante por causa do choro. – Bill é mais perigoso do que qualquer de nós pode imaginar, ele está completamente fora de si.
- O que você tem a ver com isso Justin? – Estava com medo de ouvir o resto da história.
- Bill disse que eu precisava ajudá-lo para manter vocês seguras. – Justin olhou nos meus olhos com medo da minha reação. – Ele fez eu ajudá-lo à “limpar” a cena do crime e enterrar o cara. Por isso eu tenho chegado sujo e cheirando produtos de limpeza, ele limpou qualquer vestígio de que matou alguém naquela cabana.
- Justin... – Soltei suas mãos e me afastei horrorizada. – Por que não avisou a polícia, eles podiam prendê-lo e você estaria livre.
- Você acha que eu não pensei nisso? Eu fui até a delegacia outra noite, ficarei encarando a porta pensando no que fazer e Bill me ligou, ele estava me seguindo e disse que se eu pensasse em entrar ali, minha irmã estaria morta, então quando cheguei em casa, ele estava aqui, conversando com a minha mãe e brincando com o presente que deu para minha irmã. Elizabeth, eu não posso fazer nada que machuque vocês três.
- DROGA! – Levantei nervosa e comecei a chorar, Justin me abraçou.
- Eu não sei o que fazer, eu estou perdido, estou no escuro e qualquer movimento que eu faça pode machucar alguém que eu amo. – Justin voltou a chorar e ali estávamos nós dois chorando juntos.
- Hei. – Controlei minhas lágrimas para tentar acalmar Justin. – Nós vamos encontrar um jeito de resolver isso.
- Não, nós não vamos fazer nada. Você não vai fazer nada. – Justin mudou a expressão rapidamente. – Você vai me prometer que não irá fazer nada.
- Ele não vai parar de te ameaçar. – Disse irritada.
- Eu aguento. - Justin olhou para o chão.
- Aguenta? Justin olhe para você. Você não tem dormido há dias, isso está te fazendo muito mal.
- Eu aguento! – Ele repetiu.
- Não irei prometer nada. – Peguei minha mochila e coloquei nas costas.
- O que vai fazer?
- Vou para casa e depois eu volto, vou pedir pra minha mãe para eu dormir aqui, tudo bem? – Perguntei me aproximando, Justin assentiu. – Eu fazer você dormir, bebê. – Brinquei e Justin sorriu fraco, selei nossos lábios e o beijei. – Eu já volto amor. – Sorri tentando lhe passar um pouco de confiança, Justin suspirou e soltou minha cintura. Saí do quarto dele e desci a escada. Perguntei para a mãe do Justin se eu poderia dormir ali e ela aceitou.
- O que ele tem, querida?
- Justin precisa tirar notas boas nas provas e tem o time, ele está cheio de coisas na cabeça e isso está o atormentando um pouco.
- Ele não conversa mais comigo, nem brinca mais com a irmã. – Ela disse triste. – Você faz bem pra ele.
- Eu meio que o obrigo a me contar as coisas. – Disse rindo. – Mas logo Justin voltará a estar de bom humor, eu vou ajudá-lo com os problemas. – Sorri fraco. – Bom, vou falar com minha mãe e daqui a pouco eu volto. – Abracei-a e corri até a porta.

[...]
Justin tomou banho e deitou na cama, eu o segui com os olhos enquanto meus dedos mudavam a TV para qualquer canal. Justin não disse nada, ele arrumou o travesseiro e se acomodou. Desliguei a TV e deitei virada para ele, depois de alguns minutos o olhando, Justin finalmente me olhou.
- Odeio te ver triste. – Disse com o coração partido.
- Desculpe. – Os olhos dele estavam marejados e em volta estavam muito vermelhos, ele deve ter chorado muito no banho. Continuei o olhando, Justin passou os braços por mim e me abraçou, aconcheguei-me em seu peito.
- Eu estou aqui, sempre estarei. – Segurei sua mão, que cariciava meu braço. – Olhei para Justin e uma lágrima caiu de seus olhos. – Nada vai acontecer com ninguém, ok? – Justin só assentiu. – Fala comigo. – Quase implorei.
- Como foi no trabalho hoje? – Ele perguntou sorrindo.
- Mais ou menos, eu ainda me sujo toda de sorvete, mas é legal. – Disse rindo. – E como foi o treino?
- Eu não estou sendo um bom capitão. – O sorriso dele sumiu.
- Você é o melhor capitão que aquela escola já teve. – O silencio voltou a deixar um clima triste no quarto. Justin estava muito mal mesmo, pior do que eu imaginava. – Amanhã nós iremos ao hospital. – Disse e ele me encarou confuso.
- Você não pode ficar em depressão e essa tristeza toda está te levando a isso.
- Vou ao hospital fazer o que? Contar que eu enterrei um cara que meu amigo, ou melhor, quem eu pensava ser meu amigo, matou?
- Não, mas você precisa se sentir menos triste e culpado.
- Eu não vou a hospital algum Lizzie, eu estou bem. – Justin segurou meu pescoço e me beijou. – Olha essa gata aqui na minha cama, você acha mesmo que eu vou ficar depressivo? – Ele brincou.
- Bobo. – Empurrei-o rindo, Justin me segurou e me beijou de novo.
- É ótimo saber que tenho você. – Sussurrou olhando em meus olhos. – De verdade, me faz um bem danado.
- Eu fico tão encantada de lembrar a gente brigando no começo do ano e olhar para nós agora. Justin, estamos noivos! – Disse quase sem acreditar.
- Eu gostava de te provocar, você ficava toda estressadinha, mas era apaixonadinha por mim.
- Não era não. – Disse séria.
- Mas eu te conquistei de jeito. – Justin ria.
- Olha quem está falando, o maior galinha da escola e agora só tem olhos para mim. Quem é que conquistou de jeito? – Provoquei de volta e Justin gargalhou.
- Você me pegou de jeito. – Ele puxou minha cintura e mordeu os lábios.
- Vamos dormir, amanhã tem aula. – Lhe dei um selinho e virei, Justin me abraçou e começou a sussurrar uma música. – Sua voz. – Disse de olhos fechados. – Amo ouvi-lo cantando. – Eu estava de costas, mas sei que Justin estava sorrindo enquanto continuava murmurando uma música para mim. 
Continua...

Gente, eu nem olhei se tem algum erro, passei rapidinho pra postar porque ta tudo muito corrido, então me avisem se tiver algo errado. Beijos!

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quinta-feira, 6 de março de 2014

"Falling" - Cap. 36




As aulas estavam quase no fim, eu havia conseguido recuperar todas as notas e já havia mandado meu currículo para várias universidades. A escola estava no clima de festa para quem tinha certeza de que iria passar de ano, e também estava ocorrendo as finais dos campeonatos esportivos, isso fazia a alegria de todo mundo. Meu cabelo estava crescendo, estava usando alguns produtos que minha mãe comprou para crescer mais rápido. Estava bem curtinho, mas eu já conseguia me sentir melhor. Fechei meu armário e quando virei, Bill me olhava no outro lado do corredor, ele olhou paras os lados e se aproximou.
- Me disseram que você havia saído da escola. – Disse o encarando.
- Eu saí. – Ele sorriu. – Vim conversar com seu namoradinho.
- Você não presta. – Saí dali e ele me seguiu.
- Elizabeth. – Bill segurou meu braço, olhei-o e ele me puxou para o outro corredor que estava vazio. – Por que você não gosta de mim?
- Sério? – Olhei-o e revirei os olhos.
- Eu podia ser um namorado melhor que ele. Eu podia cuidar de você também. – Bill tocou meu rosto e eu me afastei.
- Você podia sim, mas você só faz mal para as pessoas, você matou um amigo. – Disse baixo e sua expressão mudou.
- Justin matou. – Bill disse sério.
- Bill. – Segurei seu rosto e olhei em seus olhos. – Você precisa de ajuda.
- Eu preciso de amor. – Ele segurou minha cintura e tentou me beijar.
- NÃO, VOCÊ NÃO GOSTA DE MIM, VOCÊ SÓ QUER O QUE O JUSTIN TEM. – Empurrei-o. – Você é doente.
- Você estava doente há alguns meses e mesmo assim eu me apaixonei por você. – Ele abriu um sorriso doentio e eu senti medo. – Liza, você é linda. – Ele se aproximou e quando eu me afastei, senti a parede se chocar com minhas costas. Bill segurou meus braços com muita força e continuou se aproximando, eu encarei todos os cantos daquele corredor e não havia ninguém.
- Me solta, por favor. – Tentei não olhá-lo.
- Me beija? – Ele encarava meus lábios.
- Hei Bill. – Justin apareceu ali como um anjo, Bill o olhou e Justin acertou um soco no rosto dele, juro que ouvi seu nariz quebrar. – Quantas vezes eu vou ter que te dizer para ficar longe dele? – Justin me olhou decepcionado.
- E se ela não quiser ficar longe de mim? – Bill levantou e o nariz dele sangrava. – O que você vai fazer?
- Eu disse para não encostar nela. – Justin estava muito irritado, mais do que qualquer outra vez, eu nunca o vi tão nervoso assim.
- E se ela quiser que eu encoste? E se ela quiser que eu a beije? O QUE VOCÊ VAI FAZER? – Bill estava provocando, ele queria que o Justin batesse nele. Justin continuou o olhando, ele fechava e abria os punhos e tentava manter a respiração controlada.
- Justin, vamos sair daqui. – Coloquei a mão em seu ombro e ele me olhou nervoso.
- O que estava fazendo com ele?
- Nada, eu... Eu só estava falando. – Não entendi o motivo de ele me olhar assim. Justin virou as costas e saiu andando, abri a boca para chamá-lo, mas ele estava muito rápido, encarei Bill que ria, virei de novo e corri atrás do Justin, ele não parou, nem se quer me olhou, entrou no banheiro masculino e fechou a porta na minha cara. Fiquei ali, parada, sem entender. Alguns garotos saiam do banheiro e me encaravam confusos. Depois de três minutos parada ali, Justin saiu e ficou me fitando, o rosto e o cabelo dele estavam molhados.
- Eu te disse para você ficar longe dele, eu te disse mil vezes Elizabeth. – Justin passou por mim e saiu andando, eu o segui irritada.
- Eu estava dizendo que ele precisa de ajuda. – Justin parou e me olhou.
- VOCÊ NÃO VAI CONSEGUIR MUDÁ-LO ELIZABETH, VOCÊ NÃO É DEUS. – Justin gritou e muitos alunos nos olharam.
- Por que está descontando sua raiva em mim? –Perguntei assustada.
- Só fica longe dele, ta? – Justin controlou a raiva e virou.
- Vai mesmo que deixar aqui? – Encarei as costas dele.
- Você quer vir treinar comigo? – Perguntou e sorriu depois.
- Não, eu tenho aula. – Disse e continuei séria.
- Não fique bravinha. – Ele me puxou e me abraçou.
- É exclusividade sua ficar bravinho? – Provoquei e Justin me olhou rindo.
- Desculpe por gritar com você. – Ele segurou meu rosto e me beijou.
- Me conte o que está acontecendo. – Coloquei uma mão em seu peito e senti seus batimentos cardíacos acelerados.
- É muita pressão, fim de ano, provas, o time...
- Eu. – O interrompi.
- Você é meu prêmio. – Sorriu de novo.
- Eu amo o seu sorriso. – Beijei sua bochecha. – Eu amo você. – Abracei-o muito forte.
- Não está mais bravinha?
- Estou, sai daqui. – Empurrei-o e nós rimos. – Vou estudar. – Sai andando e ouvi a risada maravilhosa do Justin.
- VOCÊ ME DEIXA LOUCO, ELIZABETH. – Sorri e continuei andando até a sala de aula.

[...]
Depois da aula, recebi uma mensagem do Justin dizendo para eu não esperá-lo, porque ele ia ficar estudando com alguns amigos, então eu peguei minha mochila e fui caminhando para a sorveteria. Trabalhei até começar anoitecer, quando George disse para eu ir para casa descansar, eu estava precisando descansar. Quando estava chegando em casa, a mãe do Justin me parou.
- Olá Elizabeth. – Ele disse e eu tirei os fones do ouvido. – Não estava com o Justin?
- Não, eu estava trabalhando. – Disse sorrindo. – Ele me disse que ficaria estudando depois da escola.
- Ele tem chegado tarde todos os dias e sempre com as roupas muito sujas. – Ela parecia desconfiada.
- Roupas sujas? – Franzi a testa e quando olhei para o lado, Justin estava se aproximando, estava limpo.
- Amores da minha vida. – Justin sorriu e me abraçou, ele cheirava produto de limpeza. – O que estão fazendo aqui? Por que não entra, amor?
- Vou falar com você. – Puxei sua mão e segui sua mãe porta a dentro.
- No meu quarto? – Justin mordeu os lábios.
- Por que você está cheirando produtos de limpeza? – Perguntei baixo e ele ficou sem reação. – O que você está escondendo? – Sussurrei e Justin me puxou escada acima, ele trancou a porta do quarto depois que nós entramos. Fiquei o olhando, esperando que ele começasse a se explicar, mas Justin ficou virado para a porta. – Sua mãe disse que você tem chegado sujo todos os dias.
- Eu estou limpo. – Ele virou e abriu os braços.
- Eu sei que está escondendo algo.
- Você não pode se meter nisso Elizabeth. – Ele encarou o chão. – Você tem que ficar longe disso.
- Diz. – Cruzei os braços.
- Meu amor. – Justin segurou meu rosto. – Fique longe disso, eu te imploro.
- Eu não vou sair daqui até me contar. – Insisti. – Tem dedo do Bill no meio disse não é? É por isso que você está tão irritado com ele.
- Olhe para mim. – Justin voltou a segurar meu rosto, ele olhou fixamente nos meus olhos. – Fique longe dessa história, fique longe desse cara, pelo nosso amor, por mim. – Os olhos dele começaram a lacrimejar.
- Justin, o que você está fazendo? – Segurei sua cintura e perguntei preocupada, ele fechou os olhos e balançou a cabeça. – Tudo bem, então me diga por que teve que ficar estudando. – Justin abriu os olhos, aquele olhar triste acabou comigo.
- Eu vou reprovar. – Ele murmurou e abaixou a cabeça. – Se eu não tirar nota máxima em todas as provas finais, vou reprovar.
- Não. – Afastei-me um pouco. – Por que você fica escondendo essas coisas de mim?
- Eu não queria te dar mais decepções.
- Justin, não, é o seu futuro. – Repirei fundo. – Nós dois vamos estudar, todos os dias depois do meu trabalho, eu virei aqui com toneladas de livros e você vai engolir tudo e vai gabaritar todas as provas. – Disse mandona.
- Eu não tenho escolha...
- NÃO, você não tem escolha. – Disse brava.
- O que mais está escondendo de mim, além do lance com o Bill?
- Nada. – Justin estava muito triste e cansado, estava bastante pálido e cheio de olheiras.
- Quando estiver pronto para me contar, eu estarei aqui, independente da hora, só me chame ok? – Aproximei-me e acariciei seu rosto, Justin passou os braços pela minha cintura e nós nos beijamos.
Continua...

Gabriela Eu não vou excluir amor, pode deixar

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